segunda-feira, 11 de maio de 2015

aquele momento em que o terapeuta te esfrega verdades na tua cara. to há dias tentando absorver o último golpe. "você deixa as pessoas serem como elas são?" puta merda. eu, que me achava tão gente, que enchia o peito pra dizer que eu sei dos meus privilégios, que eu reconheço o outro, não consigo aceitar o diferente que tá do meu lado. não consigo enxergar o outro tão perto de mim. o marido da tia, a mulher do primo, a filha torta da prima. gente que seguiu outro caminho, que teve outra criação, que não teve as mesmas oportunidades que eu. gente que e s c o l h e u ser diferente de mim. eu não consigo tolerar. "se você gosta de azul, deixe que as pessoas gostem de rosa". eu só consigo ter empatia com um outro ideal, um coletivo imaginário, bem distante de mim. porque a mulher do meu primo, aquela, eu quero esfregar a cara no asfalto. que bosta de pessoa eu virei.

4 comentários:

  1. Pois é, as vezes é preciso rever nossos conceitos.

    Boa noite,

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  2. bom, a vontade de esfregar a cara de algumas pessoas no asfalto ou empurrá-las na frente do ônibus que vai passar, essa sempre existe. o negócio é fazer aquele exercício diário de impedir que esses pensamentos falem mais alto.
    o que eu comecei a fazer (e que irrita infinitamente minha irmã, que me chama carinhosamente (não) de madre teresa) foi procurar sempre enxergar algo de bom em situações ou pessoas que eu vir pela primeira vez de forma negativa. é difícil, porque tem gente que parece um desperdício de espaço e oxigênio, mas eu garanto que dá pra fazer isso na maioria dos casos. com o tempo, você percebe que tem uma tolerância muito maior do que imaginava, e que dá sim pra entender e aceitar o que é diferente.
    fora que você é uma pessoa linda, por fora e por dentro, e com certeza vai conseguir mudar esse seu aspecto que te decepcionou.
    <3

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