eu amo true crime. posso passar o dia todo assistindo o canal ID. mas me incomoda demais chamarem o criminoso de monstro. como se fosse uma criatura mítica, fantástica, irreal. porque seria uma anormalidade, difícil de acontecer, identificar, tratar, prevenir. e, na verdade, são todos homens comuns. o médico que abusa da paciente, o marido que tortura a mulher, o pai que estupra a filha. como seu vizinho, seu tio, seu irmão. com exceção dos casos de transtorno mental grave, tudo gente normal, comum. demasiadamente humanos. tudo cidadão de bem.
aconteceu de novo
segunda-feira, 18 de julho de 2022
sábado, 9 de julho de 2022
sábado, 25 de junho de 2022
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
tava vendo um seriado engraçadinho. quando o protagonista faz uma piada racista, imediatamente se dá conta e pergunta, genuinamente interessado em aprender e corrigir, se foi racista. me lembrei de quando fiz um comentário e uma amiga negra disse que foi racista. eu neguei, me pus na defensiva, me justifiquei. eu?? imagina!! lembrei de um professor que fez uma piada racista e, quando uma aluna protestou, ele se vestiu de toda a prepotência e superioridade acadêmica: eu, enquanto pesquisador da língua afro-brasileira, não admito ser chamado de racista. por que não podemos simplesmente aceitar, reconhecer, se desculpar e tentar não errar de novo? por que temos que tentar silenciar de novo e de novo o preconceito? lembro disso com muita vergonha. desde então, tenho tentado reconhecer meus preconceitos e não reproduzi-los. exceto meu preconceito contra bolsominion. esses, eu quero genuinamente que se fodam.