terça-feira, 19 de agosto de 2014

fiquei remoendo as palavras do moço. não quero te fazer mal não posso te dar o que você merece e todas aquelas desculpinhas esfarrapadas que eu to cansada de ouvir escritas assim tudo junto de carreirinha sem ponto sem vírgula sem dó. eu poderia ter corrigido a pontuação do texto e reenviado pro moço, se eu não tivesse deletado tudo na hora. mas eu não dou aula de graça. e acho que eu já tinha despejado toda a merda entalada. as pequenas coisas que você vai relevando por motivos de: que pele, que boca, afe o conjunto todo. mas nem todo *covarde*, *egoísta*, *moleque* desse mundo seria cruel o bastante pra dor de uma rejeição. porque eu sou sempre cruel nessas horas. e patética. terminei com um ~adeus~. tava pensando que eu sempre quis terminar uma carta com ~adeus~ e me lembrei que já fiz isso. circunstância diferente, mesmas desculpas rotas. eu já era patética a dez anos atrás. 

eu ainda não superei. passei uma semana de merda. dá pra ver na minha pele, toda estragada. não comi direito, não dormi direito, não trabalhei direito. agora eu penso que talvez, só talvez, eu tenha me apegado a ideia da relação. de ter alguém que me acorde com mensagem de bom dia. que me pergunte como foi meu dia. que tenha um abraço que me caiba inteira. que diga que eu sou linda. que me faça sentir linda. acho que é o que dói mais. 

passei a madrugada escrevendo. deitei pra dormir já de manhã. tava rolando na cama, remoendo aquelas frases mal escritas, quando a minha mãe me liga e bota as crianças pra falar comigo. matheus tinha ido na escola e tava comendo banana com mel. tiago tava ajudando minha mãe a fazer almoço. lavou as verduras, cortou tomate, lavou o arroz, mexeu com a mão assim. perdeu dois dentes. tava lendo meu livro do maurício de souza. e eu fui feliz de novo. eu renasci. e eu agradeci minha mãe em pensamento por me lembrar do que o amor é feito.

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