sexta-feira, 6 de abril de 2012

conheci o fantástico mundo do serviço de apoio psicológico e psiquiátrico da universidade. eu relutei, confesso. porque minha última tentativa não foi exatamente bem-sucedida. Dr. Jekyll praticamente me disse que meu problema era falta de sexo. eu estava ali devastada e Dr. Jekyll me perguntando se eu usava algum ~objeto fálico~ pra me masturbar. putaquepariu vcs. e fiquei me perguntando por que caralhos de asas eu  procurei anúncio num jornal ao invés de voltar na minha psicóloga. ok, Tereza Cristina tinha um jeitinho um pouco ~truculento~ no início. 'que cabelo é esse, juliana? tá parecendo uma palha. vai já pintar esse cabelo, juliana'. 'o quê? você acha que vai continuar durinha assim a vida inteira?? acha que sua bunda não vai cair, juliana? ah, vai. academia, juliana'. eu achava bulen, sabe. mas eu estava em depressão profunda, precisava de um tratamento de choque. e juro que vi os olhinhos dela cheios d'água quando eu estava bem e recebi alta. enfim. daí eu estava na sala de espera, me perguntando. porque, né, foi só mais uma vez. só mais uma crise de choro bêbada. então um dia eu perdi a chave de casa. eu sentei e chorei na calçada, com minhas coisas todas jogadas no chão. porque eu não sou o tipo que perde as chaves de casa. eu perco o chão, perco a dignidade, perco as estribeiras, mas. não. perco. chave. de. casa. (só pra constar: bolso interno descosturado, forro da bolsa engoliu minhas chaves. eu não sou o tipo que perde chaves de casa, ok?) então tenho uma reunião com a orientadora e, de repente, estou eu repetindo como um mantra: 'não vai chorar, juliana. engole o choro, juliana'. orientadora olha pra mim, pergunta se está tudo bem e eu: caio no choro. e foi assim durante toda a semana. sete longos dias chorando no travesseiro. eu precisava admitir. psicóloga olha pra mim e eu já puxo um lencinho. e tive que começar tudo de novo. o momento mais constrangedor é sempre a parte 'bebo, fala palavrão e choro' (eu omiti algumas coisas. achei desnecessário falar que eu discuto com caras com o dobro do meu tamanho e mando sifudê. que eu lambo os peito da amiga na pista de dança. que eu faço aviãozinho de guardanapo com meu telefone pros garçons. enfim.). eu não consegui responder todas as perguntas. o mais assustador: eu não tinha todas as respostas. aparentemente, eu estou sofrendo, mas não sou pobre o bastante pra ter direito à terapia. mas saí do consultório com uma consulta ao psiquiatra agendada e uma lista de psicólogos que vão me fazer um precinho camarada. acho que vou imprimir uns posts com meus *melhores momentos*. pra evitar a fadiga. ainda não decidi o critério de escolha. mas me chamou de mal comida ou botou a culpa na mãe tá fora.

8 comentários:

  1. Ai Ju, posso rir? Juro que não eh da desgraça alheia! Eh por pura identificação! Te juro... Eu li o seu relato e me lembro de quando eu estudava em escola pra cego (hahaha, olha como eu sou fodida! Estranha e cega!!) e fazia acompanhamento com a psicologa... Porque criança clinicamente cega não pode ser mentalmente normal, ne? E se não pode então vamos tirar toda a paz e normalidade dessa menininha de 8 anos... Como? Colocando merda na cabeça dela, falando que deve ter alguma coisa errado com seus pais...

    E sabe o que eu decidi? No auge dos meus 8 anos? que ninguém ia conseguir me ajudar e que se era pra ouvir merda desse tipo que então eu ia trollar a psicologa de volta... Eu falava coisas desconexas, tinha ataques de risos... falava com as paredes... e sabe o que ela faz? Me deu alta! hahahahahahahahahahaaha

    Então, ao ler os absurdos que já te falaram, eu tive que rir!

    E esse comentário ta do tamanho de um post!

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    1. pode, Luana. pode rir e escrever quantos posts quiser. :)

      gente, eu queria ter tido essa sua reação aos 24...

      olha, você se tornou essa pessoa generosa, leve, bem-humorada. e nisso acho que seus pais têm uma boa parcela de culpa. ;)
      beijo.

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  2. Eita =/

    Pq vc num volta pra Tereza Cristina? Enquanto ela não te empurrar da escada tá td bem!

    Espero q tudo entre nos eixos logo! =]

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    1. Di, o único problema é que ela está em MS e eu, em SP. mas, apesar do nome, ela é uma querida e sempre me socorre...

      obrigada!
      beijo.

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  3. Lembrei do dia em que eu, com os meus 13 anos de idade, decidi procurar ajuda psicológica. Eu tinha acabado de mudar de colégio, estava no 1º ano e já estava começando a entrar naquela fase de pressão pré-vestibular. Eu sempre tinha estudado em colégio pequeno e me vi um pouco perdida dentro daquela máquina de aprovação na universidade. Fui muito contente para a orientação, achando que lá teria alguma abertura para conversar, tirar as minhas dúvidas e.. a mulher era uma LOUCA !!!!!!!

    Naquele dia eu descobri que eu mesma teria que lidar com os meus problemas e encontrar as minhas respostas. Eu também decidi que de doida na minha história bastava eu. :D

    Espero que você esteja bem, de verdade. Não deixa de dar notícia. Se precisar conversar, se eu puder ajudar, tô aqui.
    Um beijo.

    --
    ps: Eu falo palavrão e choro pra cara*** também!

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    1. eu concordo. terapia nenhuma vai me trazer minhas respostas ou curar feridas abertas. mas tem hora que a coisa degringola e não dá mais pra fingir. aí eu preciso de alguém que me ajude a retomar o controle. que me resgate. não posso mais perder tanto tempo da minha vida à deriva...

      você é sempre querida, Natália. obrigada!
      um beijo.

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  4. Todo mundo tem uma fase meio tensa. Eu já tive várias vezes hehe

    e concordo contigo "mas me chamou de mal comida ou botou a culpa na mãe tá fora." Ninguém merece essa análise barata ¬¬

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    1. pois é. no meu caso, a fase tensa tá demorando muito pra passar...

      né? preguiça de clichê.
      um beijo.

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