quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

um dia meu pai me disse que ficava feliz por saber que as agruras do mundo não tinham me tornado insensível. que eu não tinha me deixado embrutecer pela vida. mas que eu precisava criar uma casca pra me proteger das pedras dos caminhos áridos que ainda estavam por vir. eu não criei essa casca, pai. queria ter embrutecido. assim eu não estaria despedaçada agora, com o coração mastigado. eu não estaria sangrando. quisera eu ter um coração bruto, pai.

5 comentários:

  1. Coração mastigado... Depois fica cheio de cicatrizes, não eh?

    Menina... Maridon também adora musica sertaneja e mesmo assim eu casei com ele! Olha como eu sou uma pessoa sem preconceitos? hahaha...

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  2. Esse negócio de criar uma casca é complicado. Com tantas agruras que eu passei ainda sigo sendo a mesma pessoa que chora sempre. Que acredita, toma fumo e chora. Pra minha sorte, há 3 anos não me acontecem coisas que comprovem isso, não posso reclamar da minha vida, mas antigamente, não era tão fácil.
    Mas você consegue. Beijo.

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  3. Minha mãe sempre me disse isso também e durante algum tempo eu até achava que tinha criado uma casca, um escudo de proteção. Mas é óbvio que já foi tudo por água (e lágrimas) a baixo, principalmente porque as maiores pedras vem de quem menos a gente espera. E isso nunca será uma coisa normal pra mim.

    Um beijo.

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  4. Eu ainda nao soube criar casca alguma. E acho que nunca o farei.

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  5. Luana,
    o bom da cicatriz é que a ferida fechou...
    ah, que bom que você não tem preconceitos com música cafona! :)
    um beijo.

    Pan,
    esse é o resumo da minha vida: acredita, se fode, chora. bom saber que você mudou esse roteiro. obrigada! :)
    um beijo.

    RBP,
    concordo tanto. sempre que eu acho que já tenho essa casquinha, eu tropeço e a ferida fica aberta de novo. e a dor maior é quando as pedras vêm de alguém que você confia.nunca vou entender...
    um beijo.

    Karine,
    também acho que nunca o farei. e vou continuar sangrando...
    um beijo.

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