quarta-feira, 21 de setembro de 2011

você se desespera e acha que nunca na vida vai conseguir escrever. então marca reunião com a orientadora para dizer olha, estou perdida. sei nem por onde começar. e ela tem que dizer como fazer seu trabalho. está muito ~aéreo~, muito solto, diz ela. acho que eu disse, entre dentes, eu estou aérea. estou aqui preocupada em  comprar discos de vinil e bexiga neon. e nem sei mais por quê, já que nem gosto de comemorar aniversário. agora que eu estava me acostumando com os 30. estou aqui apaixonadinha pelo cara errado. de novo. uma história tão absurda que posso ver a cara dele de - que? posso ouvir a risada dele. eu sei, estou perdida. mas ouvir ela desenhando, traço por traço, passo-a-passo tudo o que devo fazer e marcando reunião para ~discutir o texto~. como prova oral. gente, quanta incompetência. e ela fala comigo como se fala com criança. como se dá notícia triste pra doente. como se fala com criança doente. cheia de dedos. porque ela sabe que eu sou desequilibrada. ela sabe que eu surto e choro. o mais puro constrangimento. vinte minutos. eu saio e tropeço na minha autoestima. e tenho que desviar da outra orientadora, porque não consegui fazer o que deveria ter feito. porque eu estou perdida, pra variar. quinze minutos remoendo, arrastando o que deveria ser minha vergonha na cara. até chegar em casa e ver que, ai, mandei mesmo aquele e-mail. gente, quanta estupidez. fico impressionada com tamanha maturidade. e você só queria dizer: gato, não tem regras. só me abraça quando eu estiver chorando. 

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