quarta-feira, 14 de setembro de 2011

eu finjo. continuo sorrindo e fazendo piada. mas estou suspirando profunda e dolorosamente, tentando ignorar esse aperto no peito. suspiro pausada e dolorosamente, tentando segurar as lágrimas. e acompanho os ponteiros do relógio, esperando as horas passarem, enquanto balanço a cabeça num sim e faço hum-hum, como se estivesse entendendo a diferença entre sentenças téticas e categóricas. eu vigio os ponteiros do relógio, enquanto, discretamente, coloco a mão no peito e massageio o V da morte, na tentativa de aliviar o aperto aqui dentro. eu conto os minutos pra poder chegar em casa e chorar na minha cama quente. e amanhã vai ser a mesma coisa. tudo sempre igual. e você não vai perceber porque eu finjo. finjo tão bem que eu quase chego a acreditar. até sentir o aperto. e os suspiros. de novo. 

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